Por que as novas tecnologias não estão nos tornando mais produtivos?
- VECTOR Consultants - E.Moreno
- 13 de jun. de 2022
- 2 min de leitura
Conteúdo retirado/adaptado de O Estado de S. Paulo

As façanhas (das novas tecnologias) são “impressionantes, mas não transformadoras”. Robert Gordon
Durante anos, tem sido uma crença no ambiente corporativo americano que a computação em nuvem e a inteligência artificial irão fomentar um aumento na produtividade que gera riqueza.
Essa convicção inspirou uma enxurrada de financiamentos de risco e despesas de empresas. E a recompensa, insistem seus defensores, não se limitará a um pequeno grupo de gigantes da tecnologia, mas se espalhará por toda a economia. Mas isso ainda não aconteceu.
O crescimento da produtividade desde o início da pandemia atualmente permanece em cerca de 1% ao ano, em sintonia com a taxa precária desde 2010 – e muito abaixo do último período de melhoria robusta, de
1996 a 2004, quando a produtividade cresceu mais de 3% ao ano.
A produtividade, que é definida como o valor das mercadorias produzidas e serviços realizados por hora de trabalho, caiu consideravelmente no primeiro trimestre deste ano, informou o governo americano este mês. O relatório parecia acabar com as esperanças anteriores de que um renascimento da produtividade finalmente estava acontecendo, ajudado pelo investimento acelerado em tecnologias digitais durante a pandemia.
Aparentemente, ganhos percentuais pequenos na produtividade podem fazer uma grande diferença na riqueza e nos padrões de vida de um país ao longo do tempo. “Mesmo que o otimismo em relação a essa onda de tecnologia digital se revele justificável, isso não significa que haverá um compartilhamento real dos benefícios”, disse Laura Tyson, da Escola de Negócios Haas da Universidade da Califórnia, em Berkeley. Mas uma economia menos produtiva é uma economia menor e com menos recursos para lidar com desafios sociais como a desigualdade.
Segundo Robert Gordon, economista da Universidade Northwestern, a inteligência artificial de hoje é essencialmente uma tecnologia
de reconhecimento de padrões, lendo de forma atenta vastos tesouros de palavras, imagens e números. Suas façanhas, de acordo com Gordon, são “impressionantes, mas não transformadoras”.
Erik Brynjolfsson, diretor do Laboratório de Economia Digital da Universidade Stanford, confessa estar um pouco decepcionado com o
fato de a melhoria da produtividade ainda não ser evidente, porém está
convencido de que é apenas uma questão de tempo. “Mudanças reais estão acontecendo. Um maremoto de transformação está em curso”. “Estamos vendo cada vez mais constatações disso.”
Rajeev Ronanki, presidente de plataformas digitais da Anthem, seguradora de saúde, argumenta que "acrescentar habilidades e
reformular o trabalho são tão importantes quanto melhorar a tecnologia. “Desenvolver só a capacidade técnica é apenas o começo”.
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