Evolução das relações humanas nas empresas diante de novos e radicais paradigmas.
- VECTOR Consultants - E.Moreno
- 20 de fev. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 19 de mar. de 2021

Um novo paradigma radicalmente diferente de como o papel dos indivíduos pode ser definido em relação às empresas parece surgir.
É mais do que batido o conceito de que são as pessoas que formam as empresas. E daí, tudo que é bom ou ruim pode ser atribuído às pessoas.
Se isso é verdadeiro, como entender que as relações humanas e corporativas ainda são tratadas de forma exploratórias? Os métodos de gestão de equipes evoluíram com novos conceitos de motivação e engajamento como meio de entrega de resultados. No entanto, pouco se evoluiu na gestão das relações humanas no trabalho, prevalecendo ainda os conceitos de quem serve a quem na relação empresa-colaboradores.
Assim, não é nada surpreendente a manutenção de políticas e estruturas voltadas à “gestão de pessoas” e “gestão de recursos humanos”, na grande maioria das empresas. Nelas, as pessoas são tratadas como “recursos”, tal quais os insumos.
Uma mudança radical desse conceito, que altere os padrões de relacionamento, é de fato desafiadora. Poucas empresas estão dispostas a repensar os seus valores e práticas, especialmente quando a cultura prevalecente no mundo empresarial e jurídico é da relação empregador-empregado; uma premissa simplória de que quem paga é servido e de quem recebe segue ordens.
Nas empresas focadas em processos, as pessoas são tratadas como instrumentos ou recursos empregados para criar produtos e serviços, e entregar resultados. Mas um novo paradigma radicalmente diferente de como o papel dos indivíduos pode ser definido em relação à organização parece surgir.

Visando maximizar as contribuições humanas, Gary Hamel e Michele Zanin, autores do livro Humanocracy (Harvard Business Review Press, agosto de 2020), criaram o termo Humanocracy numa proposta de transformação da burocracia pela humanocracia. “A burocracia nos serviu bem no passado, mas a natureza do trabalho mudou e a administração também precisa mudar”, defendem os autores.
Afirmam que, em uma humanocracia, o relacionamento empresa-colaboradores é invertido: é a organização que é o instrumento. “A empresa é o veículo que as pessoas usam para melhorar suas vidas e a vida daqueles a quem servem. E é por meio dessa mudança de perspectiva que podemos imaginar e começar a construir organizações que são incrivelmente apaixonadas, verdadeiramente criativas e altamente adaptáveis”.
As empresas não são em si o propósito de existência. Todo negócio é de fato o meio de se criar o progresso para as pessoas, sejam elas envolvidas diretamente na gestão ou beneficiários indiretos como acionistas e a todos que se conhece como stakeholders.
Como dito, trata-se de um desafio e tanto. No entanto, promover inovação disruptiva passa, antes de tudo, pela mudança de mentalidade de que sempre será possível evoluir, afinal, são as pessoas os responsáveis pelo progresso, são elas que inovam, que agregam valor às companhias, são elas que zelam pela imagem e reputação da organização. Portanto, como é possível que ainda sejam tratadas como "recurso", um insumo? Os melhores líderes são os humanistas, as melhores empresas também assim podem ser.

Bình luận