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Depressão no trabalho: como as empresas podem melhor lidar com isso


Depressão no ambiente de trabalho é um mal que cada vez mais afeta as organizações e causa perdas bilionárias.



A depressão tem sido a principal causa de perda de qualidade de vida de colaboradores das empresas e impacta diretamente nos seus resultados. Estudos realizados pela London School of Economics and Political Sciences indicam que o Brasil é a segunda economia no mundo que mais perde com efeitos da depressão, com cerca de US$ 70 bilhões/ano com perdas de produtividade.


Hoje, a depressão é 3ª maior causa dos afastamentos de trabalho no país e respondem em média por 21 dias de faltas ao trabalho.

No entanto, são poucas empresas que percebem e lidam objetivamente com o problema, desenvolvendo uma cultura de prevenção focada nas condições de trabalho. A razão mais comum é que o problema tem como raiz uma sociedade que atribui apenas ao indivíduo a reponsabilidade pelo seu sucesso ou fracasso. E assim, é comum que pessoas se sentem envergonhadas ao revelar no ambiente de trabalho que sofre de depressão e receiam de ser vistas pelos pelos chefes e colegas de trabalho como pessoas emocionalmente impactadas e/ou de baixa competência emocional, e até mesmo de ser demitidas.


Por causa dos estigmas sobre o problema, 86% dos portadores escondem sua condição no ambiente de trabalho, conforme estudo do Instituto Ipsos, desenvolvido a pedido da farmacêutica Janssen, do grupo Johnson & Johnson (Estúdio Folha, out/22).


É fato que o problema da depressão no ambiente de trabalho das organizações não é novo. Mas o mundo (particularmente dos negócios) tem se tornado mais instável e repleto de incertezas que, em um ambiente de maior competição, exigem das pessoas maior atenção, alta carga de tarefas e maior resposta por resultados. Por efeito, a pressão pela competividade tem levado à sociedade gerações mais angustiadas sobre o futuro próximo ou mais distante em uma expectativa de segurança que o mundo corporativo não mais oferece, em nome de resultados.


Esse também tem sido a razão de perdas de talentos nas empresas, quando, diante de um ambiente tóxico de trabalho, que pode elevar estresses e depressão, os profissionais mais talentosos buscam novos horizontes, especialmente atrás de ambientes mais acolhedores e com maior alinhamento de propósitos pessoais e de empresa.


Ambientes tóxicos de trabalho são comumente reconhecidos como aqueles onde ações, comportamentos, regras e rotinas da empresa podem comprometer a qualidade de vida e o bem-estar dos profissionais.


É sabido que o transtorno de depressão é mais suscetível em pessoas que já passaram por episódios traumáticos, condições hereditárias e/ou genéticas e até mesmo de gênero, mas a sua frequência e intensidade seguramente é afetada não só pela toxicidade do ambiente de trabalho, mas também pelo nível de inteligência emocional de cada profissional.


Assim, fortalecer competências emocionais deve ser uma preocupação permanente nas organizações, visto que a cultura do local de trabalho tem um efeito profundo na vida corporativa.


Prevenir e combater a cultura tóxica é fator crítico para o engajamento e a produtividade das pessoas, mas é preciso ir além: É decisivo que as empresas incorporem elementos culturais em suas propostas de valor dos funcionários que deem sentido ao trabalho de todos.

O reconhecimento do esforço de cada funcionário dá a ele maior sentido de pertencimento e satisfação às equipes, particularmente quando as pessoas buscam dar nexo à sua vida no trabalho ("Por quê estou aqui? Quanto isso me faz mais ou menos feliz?"). Portanto, o alinhamento de propósitos eleva o engajamento das pessoas e as fazem mais felizes, inovadoras e produtivas.


Por fim, profissionais mais felizes e engajados são sempre aqueles que têm na autenticidade dos propósitos corporativos os seus motivos.




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