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A corrida do ESG no Cooperativismo de Crédito. Por que avançar é uma necessidade premente.


Banco Central e a agenda ESG nas cooperativas de crédito.


A aplicação e monitoramento da política de responsabilidade socioambiental pelas instituições que compõem o Sistema Financeiro Nacional passou a ser uma exigência normativa desde que o Conselho Monetário Nacional (CMN) publicou, em setembro do ano passado, a Resolução CMN n º 4.945. Nela, além dos grandes bancos, estão incluídas as cooperativas de crédito e demais instituições que compõem o Segmento 5 (S5) do SFN.


Em razão desse normativo, as cooperativas de crédito têm os seus prazos limitados até dezembro de 2022 para que promovam a revisão e implementação de suas políticas de sustentabilidade, o que poderá impactar diretamente nos mecanismos de Gestão de Risco (SCI) e de Gestão de Controles de Risco (GIR), bem como nas suas estratégias de negócio.


No entanto, e a pesar de que a quase totalidade das cooperativas de crédito já conta com políticas e procedimentos de avalição dos riscos socioambientais nas suas operações de crédito, uma parcela importante (cerca de 28%) ainda não dispõe de mecanismos que contemplem riscos de seus cooperados. Além disso, 74% das cooperativas percebem que cumprem apenas parte do que se poderia chamar de boas práticas de gestão ambiental em suas operações e espaços físicos (Fonte: Panorama do ESG nas cooperativas de crédito, desenvolvido pela PwC (1)).


O tema ESG está longe de ser uma novidade para o sistema cooperativo, bem como sobre a sua relevância para os seus negócios. Até por que, muitos de seus fundamentos guardam similaridade com os princípios que norteiam a missão dessas instituições, particularmente por uma economia solidária, livre participação, cooperação e atenção aos impactos de suas ações sobre a comunidade.


No entanto, ainda segundo a PwC, mais da metade (52%) das lideranças afirma que a cooperativa em que atua não tem metas específicas de ESG. Fato que sinaliza uma necessidade premente e uma oportunidade de se aprofundar nos conceitos, política e estratégia de ESG, não só como meio de atendimento das exigências do BC como órgão regulador, mas sobretudo como uma condição essencial no desenvolvimento dos negócios, numa perspectiva de futuro como das partes relacionadas aos negócios cooperativos.


Ações como educação financeira nas comunidades locais (85% das ações apontadas pela pesquisa PwC) representam importante vocação social do ESG, mas o repensar estratégico dos negócios exige uma dimensão maior do que o normativo do Banco Central pede como Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática – PRSAC.


Por sua vez, o baixo interesse de promoção de uma política de Diversidade & Inclusão (apenas 50%) sinaliza uma oportunidade importante para as cooperativas de se promover a diversidade cognitiva, essencial para a inovação dos negócios em todos os mercados.


(1) Pesquisa realizada no segundo semestre de 2021, junto a 165 cooperativas de crédito.

 
 
 

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